Macau entrou praticamente neste milénio directamente para a administração da República Popular da China (em Dezembro de 1999), mas todos sabemos que esteve sob administração portuguesa durante mais de quatrocentos anos. Dado este facto, o presente sistema legal foi delineado para que houvesse uma certa sobrevivência das estruturas política, económica e social estabelecidas sob a administração portuguesa. O outro aspecto de relevo neste mercado é o facto de a língua portuguesa ser um idioma oficial, em simultâneo com a língua chinesa (cantonês).
O Chefe de Estado de Macau é o da República Popular da China (Xi Jinping), mas o território tem um chefe executivo próprio, actualmente Fernando Chui (desde Dezembro de 2009), devendo as próximas eleições ter lugar no final de 2014. A título de curiosidade refere-se que o nome oficial de Macau é o de Região Administrativa Especial de Macau, da República Popular da China. As relações internacionais de Macau estão subordinadas ao governo da China, contudo a administração de Macau tem autoridade sobre os assuntos internos e externos em relação ao comércio, como o de ser membro da Organização Mundial do Comércio.
Desde há vários anos, a economia de Macau apresenta enormes crescimentos, o último dos quais (de 2012 para 2013) foi de 14,1%. O motor do crescimento óbvio é o Jogo, sobretudo desde que, no início dos anos 2000, terminou o monopólio de quatro décadas de Stanley Ho. Isto conduziu à instalação de Casinos originários dos EUA, o que tem contribuído para atrair um grande número de turistas da China, sobretudo para o Jogo. A Economist Intelligence Unit (EIU) prevê que o crescimento de 2014 para 2015 deverá ser de 12,3%, sendo o motor do crescimento as exportações de bens e serviços. Isto pode reflectir o contínuo fluxo de turistas da China atraídos pelos Casinos de Macau, o que está a impulsionar a actividade económica em projectos de investimento na área do Jogo. Também da EIU é a previsão de que, embora se esteja a verificar um grande desenvolvimento da actividade do Jogo noutras partes da Ásia, o que pode colocar riscos a esta previsão, entende a EIU que Macau deverá continuar proeminente nesta actividade, dentro da região asiática.
A balança comercial de Macau é caracterizado por um grande défice comercial que tem aumentado desde 2009; a mesma tendência será provável para 2014-2015. Esta evolução deve-se à fuga da indústria transformadora de Macau para a China continental, onde os custos laborais são mais baixos e os terrenos mais baratos. A redução das exportações de mercadorias tem contribuído para a contínua deterioração na posição da balança comercial do território. Contudo, a balança corrente compensa porque está excedentária e assim continuará em 2014-2015, devido ao enorme superavit na balança de serviços, relacionada com a actividade do Jogo e as receitas do Turismo.
Macau, dada a influência que Portugal exerceu no território enquanto o administrou, e sobretudo pelas raízes que aí deixou, nomeadamente a língua portuguesa, muita arquitectura (monumentos e habitações) e bases cultural, legal e social, pode ser adoptada como porta de entrada para certos negócios portugueses, mas nem todos. Para negócios ligados aos serviços, Macau afigura-se uma acessibilidade, mas para introdução de produtos, só nos casos relacionados com as actividades que se encontram em fase de crescimento, nomeadamente a exportação de máquinas e equipamentos para os sectores de hotelaria, restauração e área do entretenimento, e claro o sector do Jogo.
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