Este texto sobre Moçambique começa com um facto de relevo, a actividade diplomática desta semana (visita do Presidente moçambicano a Portugal a convite do homólogo português) porque se pretende salientar que as previsões para Moçambique vão no sentido de grande expansão (acima de 7% de crescimento anual), sendo o consumo interno também elevado, mas o consumo público ainda mais, a seguir a 2016, porque em 2015 se prevê uma quebra do consumo público. O investimento fixo (FBCF) deverá ser sempre elevado nos próximos quatro anos, bem como as exportações e importações de bens e serviços. Entre as actividades que irão crescer mais encontra-se a indústria, acima dos 10% ao ano (sobretudo a mineira), os serviços (entre 6% e 7% ao ano), e a agricultura crescerá entre 4% e 5%. As exportações irão crescer muito e os produtos a vender no exterior serão sobretudo as matérias-primas mineiras e também as “commodities” agrícolas, não esquecendo mencionar o alumínio. Mas o carvão também se salienta porque, em 2016, é possível que ultrapasse o alumínio, que tem sido a maior exportação moçambicana. O gás será também uma forte exportação, mas só daqui a quatro ou cinco anos. Isto poderá acontecer, no entanto o défice de rendimentos, que foi pouco elevado em 2014, acabará muito elevado daqui a quatro anos, porque os investidores estrangeiros no sector mineiro começarão a repatriar os rendimentos nessa altura.
Ora este aspecto da economia moçambicana deveria ser visto atempadamente pelas respectivas autoridades, no sentido de evitar que a estrutura da economia não saia prejudicada pelo investimento estrangeiro e que, antes pelo contrário, seja uma troca justa para o investidor externo e para Moçambique, que tanto precisa de se desenvolver e precaver contra as habituais inundações. Refira-se que as importações do país estão a ser substanciais, sobretudo de equipamentos, necessários ao desenvolvimento e às empresas de gás e do sector mineiro.
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