quinta-feira, 24 de setembro de 2015

PME - Ambição para fazer negócios em turbulência

Uma empresa, quer seja PME ou de grande dimensão, precisa de ter ambição na sua actividade e sobreviver em tempos de turbulência, mudando o que deve ser mudado. Adaptar-se à mudança não chega, embora habitualmente seja essa disposição de espírito que temos quando queremos mudar. Por vezes, quando a turbulência é maior, como sucede actualmente, é necessário ter ambição.
Turbulência?

A nível pessoal, chamamos por vezes ambicioso a alguém que tem objectivos grandiosos e damos a essa característica um peso negativo, simplesmente porque essa pessoa confundiu-se no caminho que seguiu, tomou más decisões e teve acções incorrectas, que levaram a resultados deploráveis. Ora o que acontece é que a ambição não tem necessariamente de ter uma carga negativa, como vulgarmente se diz de alguém muito ou demasiado ambicioso. Isto porque não há sucesso sem ter havido uma verdadeira ambição. Há algum tempo, na Revista do semanário Expresso, li um artigo do professor e físico Carlos Fiolhais que colocou no título “O Destino é uma Ambição”. No artigo, o professor chama a atenção que, "os nossos séculos XIX e XX não foram grande coisa, mas fomos muito importantes no século XVI e não há nenhuma razão genética para não voltarmos a ser determinantes no futuro”. Faz considerações sobre a falta de organização dos portugueses (e tem razão - tem-se falado muito neste aspecto) e refere que todos nós “precisamos também de estar de acordo sobre a forma de arrumar o que está desarrumado”. Faz ainda comparações justas com os norte-americanos e alemães, mas destaca um aspecto positivo e importante que é a nossa capacidade de adaptação. Continua, afirmando que “Os portugueses deixam-se influenciar pelo ambiente onde estão. Lá fora, funcionam muito bem”. Quase no fim do artigo, acaba por salientar que “no século XVI estivemos no sítio certo na hora certa e tínhamos uma vontade decorrente da curiosidade”. Ora o que o professor Fiolhais escreve não é de todo saudosismo, antes pelo contrário, é muito motivador e a comunicação social portuguesa tem um papel importante na motivação dos portugueses em geral.

Note-se que os grandes empresários estão sempre motivados por aquilo que mais os incentiva e que consiste na ambição de fazer negócios rentáveis, a coisa mais humana e natural deste mundo. Mas, e as PME? Saberão elas que fazer negócios rentáveis vai exigir muito mais do que conseguir acesso aos programas de financiamento? Saberão que será necessário ter a grande ambição de sobreviver em tempos de mudança, por vezes de grande turbulência? Saberão que será necessário pensar a curto, médio e longo prazo, tudo ao mesmo tempo? Saberão que será necessário fazer um grande esforço de organização, superior aquele que fariam em tempos de estabilidade económica? Saberão que será necessário inventar (inovar, criar), partindo por vezes da estaca zero?
Finalmente, o autor do artigo refere que “o destino tem de ser uma ambição, não uma fatalidade”. Isto porque, penso eu, aquele autor estará provavelmente saturado de ouvir e ler referências à fatalidade, típica de alguns (muitos?) portugueses! De facto, a fatalidade é perfeitamente dispensável no mundo dos negócios, que têm de sobreviver em tempos de turbulência. E, na época actual, os negócios poderão ser muito variados e incluem, como diz Filhoais, a ciência e (acrescento eu) os serviços e produtos tradicionais (artesanais, industriais, com menor ou maior valor acrescentado) até aos produtos e serviços muito evoluídos, de elevada tecnologia. Para terminar este "post", destaco mais um pedaço do artigo motivador de Fiolhais: "Os chineses (no século XVI) tinham barcos melhores e uma tecnologia mais avançada, mas não tiveram o ímpeto de passar o cabo de África. Nós fizemo-lo e, ao fazê-lo, levámos a ciência ao Oriente. Fomos nós que lavámos o relógio mecânico e o telescópio para a China e para o Japão. Hoje, os tempos são escuros e, para vivermos bem, temos de acender a luz. A ciência é essa luz. Porque (e sou eu que estou a repetir) o destino tem de ser uma ambição e não uma fatalidade". Vale a pena meditar na última frase do artigo do professor e físico Carlos Fiolhais.

domingo, 20 de setembro de 2015

PME - Encerrar ou continuar? Exportar? Como começar?

Este "post" destina-se essencialmente às PME não exportadoras que enfrentam um mercado interno em quase recessão ou muito fraco, não só presentemente, mas também em termos de perspectivas futuras. Entrar nos mercados externos é uma solução que poderá não resolver a curto prazo a crise que as PME enfrentam pela fraqueza do consumo interno. Acontece que muitas PME não exportadoras já pensaram muitas vezes nos mercados externos, mas para isso é preciso tempo para delinear um plano, que frequentemente as PME não têm, com tantos problemas financeiros urgentes e de curto prazo para resolver. Sugestões para continuar:

(1) É necessário em primeiro lugar admitir que a melhor solução de sobrevivência da empresa a médio e longo prazo é exportar.

(2) Não pensar prioritariamente nos mercados próximos (Europa), tentação habitual, mas diversificar, saindo dos mercados tradicionais e enveredando pelos emergentes e não só. Para cada sector de produção existem mercados não tradicionais que estão em expansão e, atenção, não é só a China e o Brasil que ainda têm oportunidades, apesar de já terem passado os melhores anos no caso do Brasil, que presentemente também atravessa problemas.

(3) Eis alguns mercados que nos últimos anos haviam revelado crescimentos do consumo privado, segundo uma análise efectuada no princípio desta década. Na Europa Central e Oriental: Polónia; Eslováquia; República Checa. Nos Países Emergentes: China; Índia; a grande distância vinha a Rússia e o Brasil. Nos antigos "tigres asiáticos": Taiwan e, a grande distância, Coreia do Sul e Hong Kong. Nos Países do Golfo e Médio Oriente: Egipto; Koweit; Qatar; Oman; Arábia Saudita. Nos Países do Magreb: Líbia; Argélia; Marrocos. Nos Países do Mercosul: Brasil (nesta zona este país encontrava-se à frente); Chile; a certa distância vinham Uruguai e Argentina. Nos Países do Nafta: México; Canadá ; nos EUA (o principal do Nafta) nos anos considerados, o consumo privado não cresceu ou cresceu pouco (foi a seguir à crise de 2008). Claramente que, neste momento, regressou a crise, desta vez com alguns aspectos diferentes, que a seguir se indicam, ou seja, para além da crise em certos países da zona euro (aqueles em que as dívidas soberanas eram e são maiores), também alguns países emergentes que estavam em expansão entraram em situação de fraco consumo privado, ou mesmo negativo, como o Brasil e a Rússia (crescimento negativo em 2015 em ambos os países), embora no caso da China isto não se tenha verificado, pois quer o crescimento do PIB, quer o consumo privado estavam em crescimento na ordem dos 7% em 2015 (informação de Maio 2015) e previa-se apenas um abrandamento para os 6% nos próximos dois anos. Mas isto foi antes da onda de choque na bolsa de Xangai (segunda-feira negra em 24 de Agosto).

(4) Se está a pensar em exportar (para compensar a crise interna portuguesa), faça em primeiro lugar uma experiência na Internet, construindo um bom Website e utilizando o Inboud Marketing, o CRM (gestão de relacionamento com clientes), o Social CRM, o SMarketing (dar prioridade à integração do Marketing e Vendas), usar o SEO (sigla inglesa que significa Optimização de Sites), e considerar gradualmente a introdução das redes sociais no seu negócio. O Facebook é considerada a rede com mais reputação (91,3%), seguida a grande distância pelos Hi5 (3,9%) e Twitter (2%). Para o ajudar nestas áreas poderá consultar a Nível Horizontal.

(5) Os temas mais interessantes para consultar, logo que possível, são os seguintes: O Marketing na Era Google - Muito Mais que WebMarketing? ; Cinco Coisas a Ter em Conta Antes de Investir em Inbound Marketing ; Como Exportar e Vender Mais com o Website ; Como Gerar Negócios Online: Como Abordar o Conteúdo para Entrar em Novos Mercados de Exportação. 

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Alemanha - Bom destino pª as PME Exportadoras

A procura de novos mercados para as PME, ou a necessária diversificação para fora da Europa, que contribui para assegurar o futuro das PME, não pode fazer esquecer o grande mercado europeu importador que é a Alemanha, nação com 81 milhões de habitantes, segundo estimativas de 2014. Se não  vejamos: apesar dos problemas actuais na Europa, continua a ser um país politicamente estável, prevendo-se que vá até ao fim a grande coligação iniciada em Dezembro de 2013, ou seja, deverá durar até 2017, segundo previsões da “Economist Intelligence Unit” (EIU). Refira-se, no entanto, que um risco à estabilidade está nos aspectos relativos à zona euro. No domínio económico, a Alemanha continua mais resiliente do que as restantes economias da zona euro. O investimento deverá recuperar com um crescimento médio de 3,5% em 2014-2018, assumindo que se verifique uma retoma moderada da actividade interna. Note-se que, segundo as previsões da EIU, o crescimento das importações será superior ao das exportações no período referido. A Alemanha mantém-se como grande mercado importador. Refira-se, por fim, que o país apresenta uma balança corrente positiva, não só devido ao elevado montante das exportações, mas também pelo retorno dos enormes investimentos no exterior. 

Portugal e a Alemanha

Outro aspecto em que a Alemanha revela importância está na sua capacidade de continuar a comprar produtos portugueses de qualidade.  Portugal exportou para a Alemanha em 2014 cerca de 5,6 mil milhões de euros, sendo este país o nosso 3º maior cliente (peso aproximado: 11,7%). Também a Alemanha é o nosso 2º fornecedor (peso de 12,4% em 2014). Para a Alemanha, Portugal como comprador tem uma posição claramente inferior, tendo o nosso país sido o 33º cliente dos alemães (um reduzido peso: 0,62% em 2014).  Os principais grupos de produtos portugueses exportados para a Alemanha têm sido: máquinas e aparelhos, veículos e outro material de transporte, plásticos e borracha, químicos, calçado, metais comuns, pastas celulósicas e papel, vestuário, matérias têxteis, minerais e minérios, instrumentos de óptica e precisão, madeira e cortiça, produtos alimentares e agrícolas, peles e couros, etc. Em termos mais detalhados (4 dígitos da NC), os produtos que a Alemanha mais compra a Portugal são:  automóveis de passageiros, calçado, pneumáticos de borracha, partes e acessórios de automóveis, aparelhos e receptores para rádio, etc, papel e cartão, partes de máquinas, medicamentos, torneiras, válvulas, etc, circuitos integrados e microconjuntos electrónicos.

Quanto ao investimento directo da Alemanha em Portugal, ele atingiu  557,5 milhões de euros em 2014. Infelizmente, provavelmente devido ao ambiente de crise, houve também um desinvestimento, de que resultou um investimento líquido de somente 319,4 milhões de euros. Isto significa que não só é importante atrair investimento, mas também existirem condições que possibilitem ao investimento alemão manter-se em Portugal. De notar que, no final de Dezembro de 2014, o stock de IDE alemão no nosso país era de 5,3 mil milhões de euros e, em termos líquidos era de 1,1 mil milhões de euros. 
Por fim, olhamos para os fluxos turísticos que Portugal teve com a Alemanha, nomeadamente as receitas provenientes dos turistas alemães (base: hotelaria global). Estas cresceram entre 2009 e 2014, de 753 milhões de euros para cerca de 1,1 mil milhões. Ou seja, o turismo de alemães em Portugal, mercê do contexto geral e do confronto entre as alternativas da concorrência e da oferta portuguesa, continua a funcionar favoravelmente para o lado português.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

As PME Exportadoras têm de conhecer a Índia

Mapa da Índia (Wikipedia)
A Índia é o sétimo país em área geográfica e o segundo mais populoso do mundo e também a democracia mais populosa. O crescimento demográfico foi muito elevado nas últimas décadas. Tem actualmente mais de mil milhões de habitantes (1.260 milhões - estimativa 2014). País com longa história, cheia de acontecimentos importantes e variados, que lhe deu grande diversidade cultural e mesmo religiosa. Libertou-se da colonização britânica em 1947 e tornou-se gradualmente na 3ª maior economia do mundo (atrás dos EUA e China) em termos de PIB em paridade de poder de compra (ao PIB nominal tem somente a 10ª posição a nível mundial).

As grandes reformas (sobretudo as de 1991) fizeram deste país uma economia de rápido crescimento. No entanto, ainda existe muita pobreza, com tudo o que lhe está associado (analfabetismo, doença, etc.). Verificou-se também um enorme aumento da população urbana. As três principais cidades (Bombaim, Nova Deli e Calcutá) registavam mais de 10 milhões de habitantes no princípio do século XXI, enquanto que no final da década de 2000, a população das três cidades já subira para 31 milhões. Refira-se que na capital, Nova Deli, ainda existiam há pouco mais de dez anos cerca de três milhões de pessoas vivendo em barracas, sem luz eléctrica nem água canalizada, correndo o risco de incêndios. Entretanto, as mudanças têm sido lentas, porque há que ter em consideração os factores cultural e religioso. Apesar do enorme urbanismo, cerca de 70% da população ainda vive em áreas rurais.

O crescimento económico da Índia é actualmente um dos maiores do mundo, fazendo parte dos designados países emergentes BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Mas as infra-estruturas são ainda muito insuficientes, o país tem uma pesada burocracia, o que sufoca a economia e impede o desenvolvimento do seu potencial económico.

Sendo o crescimento muito elevado nos últimos anos, a ”Focus Economics" considera que o crescimento real do PIB desapontou entre 2011 e 2013, nomeadamente pelo abrandamento do consumo privado. As estimativas da "Focus" vão no sentido de, na base das despesas e considerando os anos fiscais (Abril/Março), o PIB provavelmente aumentou 7,3% em 2014 e deverá aumentar 7,6% em 2015 e 7,9% em 2016. Todavia, considera também que este crescimento é muito abaixo do potencial. Sobretudo, a "Focus" aponta que existe o risco do sector agrícola poder vir a ser prejudicado pelas monções e que o governo não consiga implementar as reformas necessárias. A mesma fonte refere que no primeiro trimestre de 2015 a economia cresceu menos do que o previsto, ou seja, 7% em vez dos projectados 7,4%.

As relações internacionais entre a Índia e o Paquistão registaram um ligeiro degelo em 2012, pelos modestos progressos verificados na liberalização do movimento de pessoas e bens entre as fronteiras. No entanto, um surto de confrontos fronteiriços em Janeiro de 2013 na disputada região de Kahsmir (quer a Índia quer o Paquistão administram a região em parte, mas reclamam na totalidade) sublinhou a natureza difícil do relacionamento bilateral. No período 2013/17 os problemas de política interna continuarão a preocupar os líderes dos dois países, ensombrando as perspectivas de compromissos. A Índia poderá ter um papel mais importante no Afeganistão, particularmente depois da retirada das forças internacionais deste país em 2014. O aprofundamento das ligações entre a Índia e o Afeganistão é vista por muitos paquistaneses como uma ameaça ao seu país, aumentando as possibilidades que alguns elementos no Paquistão procurem desestabilizar a Índia. Contudo, as relações indo-paquistanesas deverão continuar estáveis, em geral, sem explosões de hostilidades, nem rupturas significativas. Quanto às relações entre a Índia e a China, deverão permanecer calmas. Os laços económicos e comerciais têm-se fortalecido, mas os obstáculos permanecem à medida que as relações entre os dois maiores países da Ásia se intensificarem. Entre as fontes de tensão, contam-se a concorrência pelos recursos naturais, as tentativas para o aumento da influência estratégica nos países vizinhos e disputas fronteiriças de longo prazo. Estes aspectos poderão ensombrar as tentativas para desenvolver uma confiança mútua e expandir o comércio bilateral da Índia no período 2013/17.
Rio Maior da Índia - Ganges
(Wikipedia)

No sector externo indiano, a "Economist Intelligence Unit" (com base nos dados do banco central da Índia) vão no sentido de ter havido um aumento do défice da balança corrente de -4,8% do PIB em 2012, comparados com uma anterior estimativa de -4,4%, considerado o maior défice alguma vez registado. Todavia, de acordo com a mesma fonte, este défice deverá diminuir gradualmente até -2,5% do PIB em 2017, tendo em atenção que haverá um acréscimo dos excedentes na balança de serviços e transferências. A estimativa da Focus para este défice em 2014 era já muito mais baixa, de -1,3% do PIB. Refira-se ainda que o crescimento estimado e previsto das importações da Índia é de 13,6% ao ano entre 2013 e 2017 e para as exportações a previsão é ainda superior, 16,8% ao ano. Contudo, dado que a base das importações é muito superior à das exportações, o défice em 2017 será mais elevado do que foi em 2012. As exportações de serviços deverão manter o seu importante papel no comércio externo indiano, uma vez que o “outsourcing” das tecnologias de informação e o “business process” (terceirização de áreas de negócio) continuará a ser chamariz para as empresas do Ocidente. O défice dos rendimentos será superior ao que era anteriormente, dado que o repatriamento dos lucros das empresas estrangeiras que operam na Índia deverá aumentar. O excedente das transferências aumentará entre 2012 e 2017, tendo origem este aumento nas remessas dos indianos que trabalham no estrangeiro. Toda esta informação, que parece excessiva, destina-se a fundamentar a motivação das empresas para encetarem negócios na Índia, porque as oportunidades existem em muitas áreas, nomeadamente para os produtos portugueses de qualidade, destinados à satisfação das necessidades crescentes de uma classe média emergente, quer no que se refere a exportações quer na internacionalização através do investimento directo. Aliás, regista-se que a Índia continua a atrair investimento estrangeiro de todo o mundo, mas este mercado está também aberto a exportações, como se pode aferir através da sua alargada base actual de importações. 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Em tempo de crise a criatividade é a chave para a PME Exportadora

Escrever sobre marketing para PME exportadoras numa época de grandes transformações é sempre bom recordar o essencial. O nosso quotidiano é composto por alegria, tristeza, medo… Estes e outros sentimentos vividos no dia-a-dia, e as emoções, sustentam as maiores criações do espírito humano. Foi isto que eu concluí com a leitura dos três principais livros do neurocientista António Damásio. Que as pessoas  precisam de ter afectos é uma verdade para a qual não seria necessária a leitura dos referidos livros. Mas que os sentimentos e as emoções sustentam as maiores criações do espírito humano foi com Damásio que aprendi. Aliás, sobre um dos seus livros, o New York Times escreveu: “Damásio está na vanguarda daquilo a que os neurocientistas chamam a revolução do afecto”.

Há muitos anos (antes mesmo da era Google) que os consumidores, para certas categorias de produtos, fazem pesquisa atenta e consultam vários fabricantes, ficando a conhecer as características dos produtos tão bem ou melhor do que um vulgar vendedor. Não se torna necessário indicar as categorias de produtos onde isto acontece, porque cada um de nós, como compradores, sabe quais são (e são cada vez mais as categorias onde se faz pesquisa). Também há já muitos anos que a necessidade de demonstração ou afirmação de estatuto (muito ligada até certo ponto ao novo-riquismo e terceiro-mundismo) tornou-se menos importante do que o desejo de usufruir de bem-estar e felicidade. Até já existe uma medida para isto (ROH - return on hapiness). Contudo, acontece que a importância da qualidade dos produtos e da relação preço/qualidade mantém-se com o mesmo ou maior significado que tinha no passado. Mantém-se também o significado do efeito da imagem de marca e constata-se que continuam a surgir novas marcas, com as muito grandes sempre a querer dominar. De facto, a partir de um nome com muita notoriedade criam-se (ou lançam-se no mercado) produtos, acessórios, etc.etc, como é sabido. Isto é o que está a acontecer.

Ora este texto introdutório destina-se a salientar a importância de entender os consumidores, quer no que respeita ao que se chama a “revolução do afecto” (acima referida), quer no que se refere ao desejo de usufruir de bem-estar. Porém, a seguir a entender os consumidores há que chegar a eles das várias formas possíveis. É aqui que desejo chamar a atenção da Conferência de Inbound Marketing 2015, a realizar este mês de Setembro entre os dias 8 e 11.

A consultora “Nível Horizontal”, que esteve presente no mesmo evento há dois anos, através do seu consultor principal, Fernando Coimbra Lopes, salientou no seu Blog a frase do orador, Seth Godin, que fez a abertura do evento: “You don’t have a job, you have a platform to make art