Há muitos anos que muitos portugueses viajam para a China em turismo. A internacionalização das empresas está a tornar-se cada vez mais variada, em termos de opções. Já lá vão os tempos em que tudo começava na ida a uma feira internacional ou numa missão empresarial. Há muitos anos que existe uma mudança, como pode ver se clicar em Os novos modelos de internacionalização
Acresce que são já muitos a dizer que o futuro dos seus negócios está nas suas mãos se, naturalmente, tiver a mente aberta ao tomar decisões. Verá que o contexto mundial e tecnológico poderá conduzi-lo a grande distância em relação ao marketing que está a fazer agora. Não só uma parte do seu marketing tem de basear-se na Internet, incluindo as redes sociais, mas também tem de saber "como fazer" e principalmente decidir aceitar e experimentar os novos paradigmas.
Nos dias de hoje, as PMEs não podem pensar apenas nos mercados próximos, mas têm de pensar também nos que estão afastados em termos geográficos. Nomeadamente, a China (escolhida para este "post") já não faz parte do antes, sim do agora e do futuro. Ora, este país não é apenas um grande investidor, é também um grande importador e para exportar para a China o empresário tem que conhecer o país. Conhecê-lo como mercado não é propriamente visitar o país, isso seria turismo, ou mesmo ir apenas numa ou duas missões comerciais para contactos programados em que as empresas do lado de lá só dizem o que querem. Claro que as missões comerciais, com o governo a abrir portas essenciais, são um trabalho necessário, mas não chega. As dicas sintéticas são também essenciais nas leituras e não somente para ler à pressa no avião. Não estamos a falar apenas de características gerais, pois todos nós sabemos qual o idioma que se usa, o Mandarim, importa saber também que a língua mais ouvida em Xangai é o Wu (Xangainense) e em Hong Kong é o Yue (Cantonês). Convém também saber que a língua escrita oficial é complementada pela escrita local nalgumas províncias. A população tem também uma aparência física diferente (estatura, etc) de Leste para Oeste ou de Sul para Norte, porque a dimensão do território é enorme. Outro aspecto geral é que o maior poder de compra está nas províncias do litoral e menos nas do interior.
Refira-se que uma grande empresa de estudos e auditoria sediada em Londres (Ernst and Young) prevê que daqui a quinze anos (cerca de 2030) aproximadamente dois terços da população mundial de classe média estarão na Ásia-Pacífico, sobretudo na China. Presentemente com 150 milhões de consumidores de classe média, a China poderá ter mil milhões, o que representa um mercado enorme para as empresas norte-americanas e europeias. Actualmente, o mercado chinês representa para as empresas norte-americanas à volta de 250 mil milhões de dólares. Ou seja, apostar no mercado chinês não é utopia, mas sim uma previsão baseada em dados actuais.
As oportunidades existem sobretudo nas regiões com maior poder de compra que se encontram nas províncias do litoral, desde Guangdong a Liaoning e menos nas províncias do interior. As regiões mais ricas são Guangdong, Zhjiang, Xangai, Pequim e Tianjin. Como a China se encontra num processo de construção de infra-estruturas, considerado único a nível mundial pela sua dimensão, existem oportunidades nas áreas de transportes quer ferroviários quer rodoviários (equipamentos, etc.), na energia, na habitação, podendo as empresas portuguesas considerar hipóteses na internacionalização nestes sectores. Na área dos serviços, o envelhecimento da população tem impulsionado os sectores relacionados com cuidados de saúde, mas o aumento do nível de vida está a ter impacto noutras áreas, como a restauração e o entretenimento. Os serviços às empresas e o sector bancário (dada a gradual liberalização neste país) são também áreas com oportunidades. Na área do turismo, o crescente poder de compra e a diminuição das restrições aos movimentos de pessoas, estão a favorecer as saídas de turistas chineses, mas a popularização da China como destino turístico também se verifica.
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