A actual crise financeira e económica global, iniciada nos EUA, tem uma incidência reforçada em todo o mundo, dado que a globalização provoca uma grande interdependência entre os países. No entanto, existe um conceito que se desenvolveu nos melhores tempos da globalização e que vale a pena referir. Como se sabe e é reafirmado no “Marketing Internacional” (Edições Sílabo, 2005), a globalização conduziu à implantação de imagens universais na mente dos consumidores, dando origem na prática à abolição das fronteiras políticas no comércio internacional. Este aspecto levou ao conceito de estado-região (segundo Kenichi Ohmae) em detrimento do estado-nação. Este é definido por fronteiras políticas, enquanto o estado-região rege-se de acordo com fronteiras económicas. O aspecto fundamental que levou ao desenvolvimento do estado-região foi a rapidez da difusão de informação, dos capitais, dos bens e serviços, provocada pelo progresso das comunicações internacionais (televisão e internet). Estes meios revelaram os estilos de vida em todo o mundo e os governos perderam a capacidade de influenciar os padrões de consumo dos seus cidadãos. Deste modo, marcas globais de muitos bens de consumo, por exemplo sapatos, carteiras, moda, design etc. e também de bens de consumo duradouro, desde automóveis, telemóveis e outros, chegam de igual forma ao homem do quiosque de Shangai e ao professor de Oxford. A crescente convergência das preferências tem pressionado os governos no sentido de tentar dar aos cidadãos acesso a produtos melhores e mais baratos com as mais diversas origens.
Numa economia sem fronteiras, a unidade que faz sentido é o estado-região, como por exemplo, o Norte de Itália, Hong Kong e o Sul da China ou o triângulo de crescimento formado por Singapura e os seus vizinhos indonésios. A região Minho-Galiza (já existe informação estatística transfronteiriça sobre esta região), bem como o Alentejo e a Estremadura espanhola caminham para áreas geográficas socioeconómicas. Outros exemplos são o facto de a proximidade das províncias chinesas de Shenzhen e Guangzhou, em relação a Hong Kong, ter facilitado o seu crescimento. Silicon Valley e Hollywood nos EUA e o Quebeque no Canadá podem ser apontados como mais exemplos de estados-região.
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