A procura de novos mercados para as PME, ou a necessária diversificação para fora da Europa, que contribui para assegurar o futuro das PME, não pode fazer cair no esquecimento o grande mercado europeu importador que é a Alemanha. Se não vejamos. Continua a ser um país politicamente estável, prevendo-se que vá até ao fim a grande coligação iniciada em Dezembro de 2013, ou seja, deverá durar até 2017, segundo previsões da “Economist Intelligence Unit” (EIU). A coligação terá, porém, de ultrapassar provas importantes, como as eleições para o Parlamento Europeu (Maio de 2014), bem como eleições em relevantes estados da Alemanha (Brandenburg, Saxony e Thuringia, em 2014, e ainda Hamburg e Bremen em 2015). Refira-se ainda que um risco à estabilidade está nos aspectos relativos à zona euro. No domínio económico, a Alemanha continua mais resiliente do que as restantes economias da zona euro. O investimento deverá recuperar com um crescimento médio de 3,5% em 2014-2018, assumindo que se verifique uma retoma moderada da actividade doméstica. Note-se que, segundo as previsões da EIU, o crescimento das importações será superior ao das exportações no período referido. A Alemanha mantém-se como grande mercado importador. Refira-se, por fim, que o país apresenta uma balança corrente positiva, não só devido ao elevado montante das exportações, mas também pelo retorno dos enormes investimentos no exterior.
Portugal e a Alemanha
Outro aspecto em que a Alemanha revela importância está na sua capacidade de continuar a comprar produtos portugueses de qualidade. Portugal exportou para a Alemanha em 2013 cerca de 5,5 mil milhões de euros, sendo este país o 2º nosso cliente (peso aproximado: 12%). Para a Alemanha, Portugal como comprador tem uma posição claramente inferior, tendo o nosso país sido o 33º cliente dos alemães (um reduzido peso: 0,6%). Os principais grupos de produtos portugueses exportados para a Alemanha têm sido: máquinas e aparelhos, veículos e outro material de transporte, plásticos e borracha, químicos, calçado, metais comuns, pastas celulósicas e papel, vestuário, matérias têxteis, minerais e minérios, instrumentos de óptica e precisão, madeira e cortiça, produtos alimentares e agrícolas, peles e couros, etc. Em termos mais detalhados (4 dígitos da NC), os produtos que a Alemanha mais compra a Portugal são: automóveis de passageiros, calçado, pneumáticos de borracha, partes e acessórios de automóveis, aparelhos e receptores para rádio, etc, papel e cartão, partes de máquinas, medicamentos, torneiras, válvulas, etc, circuitos integrados e microconjuntos electrónicos.
Quanto ao investimento directo da Alemanha em Portugal, ele atingiu 3,4 mil milhões de euros em 2013. Infelizmente, provavelmente devido ao ambiente de crise, houve também um desinvestimento elevado (3,5 mil milhões), de que resultou um investimento líquido negativo de 91 milhões de euros. Isto significa que não só é importante atrair investimento, mas também existirem condições que possibilitem ao investimento alemão manter-se em Portugal.
Por fim, olhamos para os fluxos turísticos que Portugal teve com a Alemanha, nomeadamente as receitas provenientes dos turistas alemães (base: hotelaria global). Estas cresceram entre 2009 e 2013, de 753 milhões de euros para 961 milhões, uma variação de 6,3% neste período. Ou seja, o turismo de alemães em Portugal, mercê do contexto geral e do jogo entre as alternativas da concorrência e da oferta portuguesa, continua a funcionar favoravelmente para o lado português.
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