Uma empresa, seja PME ou de grande dimensão, precisa de ter ambição para sobreviver e mudar o que deve mudar em tempos de turbulência. Adaptar-se à mudança não chega, porque é essa disposição que já existe quando se quer apenas mudar. Quando a turbulência é maior, como sucede actualmente, é necessário ter ambição. O que acontece é que a ambição não deve
ter uma carga negativa, como vulgarmente se diz de alguém excessivamente ambicioso. Isto porque não há sucesso sem ter havido uma verdadeira ambição. Há algum tempo, na Revista do semanário Expresso, li um artigo do professor e físico Carlos Fiolhais que colocou no título “O Destino é uma Ambição”. No artigo, o professor chamava a atenção que, "os nossos séculos XIX e XX não foram grande coisa, mas fomos muito importantes no século XVI e não há nenhuma razão genética para não voltarmos a ser determinantes no futuro”. Faz considerações sobre a falta de organização dos portugueses (e tem razão - tem-se falado muito neste aspecto) e refere que todos nós “precisamos também de estar de acordo sobre a forma de arrumar o que está desarrumado”. Faz ainda comparações justas com os norte-americanos e alemães, mas destaca um aspecto positivo e importante que é a nossa capacidade de adaptação. Continua, afirmando que “Os portugueses deixam-se influenciar pelo ambiente onde estão. Lá fora, funcionam muito bem”. Quase no fim do artigo, acaba por salientar que “no século XVI estivemos no sítio certo na hora certa e tínhamos uma vontade decorrente da curiosidade”. O que o professor Fiolhais escreve não é de todo saudosismo, antes pelo contrário, é muito motivador e a comunicação social portuguesa tem um papel importante na motivação dos portugueses em geral.
Note-se que os grandes empresários estão sempre motivados por aquilo que mais os incentiva e que consiste na ambição de fazer negócios rentáveis, a coisa mais humana e natural deste mundo. Mas, e as PME? Saberão elas que fazer negócios rentáveis vai exigir muito mais do que conseguir acesso aos programas de financiamento? Saberão que será necessário ter a grande ambição de enfrentar tempos de mudança, por vezes de grande turbulência? Saberão que será necessário pensar a curto, médio e longo prazo, tudo ao mesmo tempo? Saberão que será necessário fazer um grande esforço de organização, superior aquele que fariam em tempos de estabilidade económica? Saberão que será necessário inventar (inovar, criar), partindo por vezes da estaca zero?
Refere ainda o autor do artigo que “o destino tem de ser uma ambição, não uma fatalidade”. De facto, a fatalidade é perfeitamente dispensável no mundo dos negócios, que têm de enfrentar tempos de turbulência. E, na época actual, os negócios poderão ser muito variados e incluem, como diz Filhoais, sobretudo a ciência. Mas incluem também os serviços e os produtos tradicionais (artesanais e industriais) e ainda os produtos e serviços de elevada tecnologia. Para terminar, destaco mais umas linhas do artigo de Fiolhais: "Os chineses (no século XVI) tinham barcos melhores e uma tecnologia mais avançada, mas não tiveram o ímpeto de passar o cabo de África. Nós, portugueses, fizemo-lo e, ao fazê-lo, levámos a ciência ao Oriente. Fomos nós que lavámos o relógio mecânico e o telescópio para a China e para o Japão. Hoje, os tempos são escuros e, para vivermos bem, temos de acender a luz. A ciência é essa luz". Vale a pena meditar na última frase do artigo do professor e físico Carlos Fiolhais.
Finalmente, sendo a ciência uma constante dos nossos tempos, devem as PMEs usar as novas tecnologias na sua actividade exportadora. Nesse sentido, junta-se um interessante e importante link denominado "Guia de Marketing Digital para Internacionalização".
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