sábado, 15 de agosto de 2015

Alemanha - Mantém-se grande importador de produtos portugueses

A procura de novos mercados para as PME, incluindo a diversificação para fora da Europa, com isto contribuindo para assegurar o futuro das PME, não pode fazer cair no esquecimento o grande mercado europeu importador que é a Alemanha. Se não  vejamos. Continua a ser um país politicamente estável, prevendo-se que vá até ao fim a grande coligação iniciada em Dezembro de 2013, ou seja, esta deverá durar até 2017, segundo previsões da “Economist Intelligence Unit” (EIU). A coligação terá, porém, de ultrapassar provas importantes, como as eleições para o Parlamento Europeu (Maio de 2014), bem como eleições em relevantes estados da Alemanha (Brandenburg, Saxony e Thuringia, em 2014, e ainda Hamburg e Bremen em 2015). Refira-se ainda que um risco à estabilidade está nos aspectos relativos à zona euro. No domínio económico, a Alemanha continua mais resiliente do que as restantes economias da zona euro. O investimento deverá recuperar com um crescimento médio de 3,5% em 2014-2018, assumindo que se verifique uma retoma moderada da actividade doméstica. Note-se que, segundo as previsões da EIU, o crescimento das importações será superior ao das exportações no período referido. A Alemanha mantém-se como grande mercado importador. Refira-se, por fim, que este país apresenta uma balança corrente positiva, não só devido ao elevado montante das exportações, mas também pelo retorno dos enormes investimentos no exterior. 

Outro aspecto em que a Alemanha revela importância está na sua capacidade de continuar a comprar produtos portugueses de qualidade. Portugal exportou para a Alemanha em 2014 cerca de 5,6 mil milhões de euros, sendo este país o 3º nosso cliente (peso aproximado de 12% - com a mesma percentagem em 2013 a Alemanha foi o 2º cliente). Para a Alemanha, Portugal como comprador tem uma posição claramente inferior, tendo o nosso país sido o 33º cliente dos alemães (um reduzido peso: 0,6%).  Os principais grupos de produtos portugueses exportados para a Alemanha têm sido: máquinas e aparelhos, veículos e outro material de transporte, plásticos e borracha, químicos, calçado, metais comuns, pastas celulósicas e papel, vestuário, matérias têxteis, minerais e minérios, instrumentos de óptica e precisão, madeira e cortiça, produtos alimentares e agrícolas, peles e couros, etc. Em termos mais detalhados (4 dígitos da NC), os produtos que a Alemanha mais compra a Portugal são:  automóveis de passageiros, calçado, pneumáticos de borracha, partes e acessórios de automóveis, aparelhos e receptores para rádio, etc, papel e cartão, partes de máquinas, medicamentos, torneiras, válvulas, etc, circuitos integrados e microconjuntos electrónicos.

Quanto ao investimento directo da Alemanha em Portugal, ele foi negativo em 259 milhões de euros em 2014. Isto aconteceu provavelmente devido ao ambiente de crise. Como o investimento de Portugal na Alemanha nesse ano foi de 60 milhões, resultou um investimento líquido de 319 milhões de euros. Isto significa que não só é importante atrair investimento, mas também existirem condições que possibilitem ao investimento alemão manter-se em Portugal.

Por fim, olhamos para os fluxos turísticos que Portugal teve com a Alemanha, nomeadamente as receitas provenientes dos turistas alemães (base: hotelaria global). Estas cresceram entre 2010 e 2014, de 787 milhões de euros para 1094 milhões, uma variação de 8,7% neste período. Ou seja, o turismo de alemães em Portugal, mercê do contexto geral e do jogo entre as alternativas da concorrência e da oferta portuguesa, continua a funcionar favoravelmente para o lado português.

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