sexta-feira, 5 de março de 2010

Caso Amazon

Em 1994 Jeff Bezos trabalhava em Wall Street, período em que a utilização da Internet crescia 2.300% ao ano. Quando Jeff percebeu que era altura de entrar na onda dot.com, partiu no seu Chevy e dirigiu-se para oeste na auto-estrada 90. Ao chegar a Seatle lançou “a maior livraria do mundo”. Da sua garagem ele passou a vender livros a amigos, que por sua vez indicavam o negócio a outros.

A Amazon.com foi criada em Julho de 1995. Nos seus primeiros anos de vida fazia-se ouvir um bip de cada vez que entrava um pedido. Em três meses o som passou a tocar 100 vezes ao dia, num ano já tocava 100 vezes por hora e, mais tarde, 100 vezes a cada minuto.

A oferta pública inicial da Amazon deu-se em 1997 e logo em seguida o milionésimo cliente já tinha feito a assinatura para usar o inovador processo de “Um clique”. Essa pequena inovação foi a chave do sucesso, ao manter os dados pessoais do cliente para que assim a compra se pudesse fazer literalmente num clique do “mouse”, logo que o livro desejado fosse localizado.

O conhecimento do cliente possibilitou à Amazon construir um perfil detalhado dos seus interesses e gostos e possibilitou a recomendação de artigos diferentes ou complementares (num processo conhecido como filtragem colaborativa). Às vezes, as suas sugestões de romances ou músicas são assustadoramente precisas. O cliente regular recebe um e-mail, se der prévia permissão, e é informado quando é lançado um novo livro ou CD que lhe possa interessar.

O ano de 1999 foi de rápido crescimento para Jeff, com a expansão na Europa e o desenvolvimento de novos centros de distribuição para garantir o menor tempo de entrega possível. Isso possibilitou à Amazon oferecer de tudo, desde brinquedos, até vídeos, equipamentos electrónicos e ferramentas para o faça-você-mesmo. Sem dúvida, a empresa continuou a atrair mais de 10 milhões de visitantes ao ano e uma vez que os clientes conseguiram vencer a preocupação inicial sobre comprar online, as transacções individuais também cresceram rapidamente.

A Amazon procura ser uma empresa centrada no cliente, uma empresa em que as pessoas podem encontrar e descobrir muito do que desejam adquirir online. Jeff descreve o desafio presente em “pensar constantemente como os clientes e accionistas, tanto para inovar como para focar na consolidação de uma experiência online sem igual, tudo ao mesmo tempo”.

Jeff estava determinado a ter sucesso. No final dos anos 1990, a Amazon ganhou força com o “boom” dot.com e chegou mesmo a ser considerada a razão do baixo movimento nas ruas comerciais e pela provável e iminente morte do intermediário na indústria (isto de facto não aconteceu). Contudo, assim que explodiu a bolha das dot.com em 2000, as pessoas esqueceram-se rapidamente dos livros e CDs da loja online (Fonte: “Marketing Genius”, Peter Fisk, 2006).

A velocidade da derrocada do Nasdaq a partir de Março de 2000 ainda hoje é um caso de estudo. No entanto, a Amazon faz parte do conjunto de empresas que conseguiu navegar bem na tormenta (é claramente o líder desse conjunto).

Em 2004 Jeff tinha finalmente entrado na margem de lucratividade. A Amazom seguiu em frente sem fazer muito barulho, expandindo a sua diversidade de produtos e atraindo clientes que inicialmente visitavam o website apenas por curiosidade, mas depois convenciam-se de que essa era mesmo a melhor maneira de fazer compras. A Amazon terminou o ano de 2009 com um valor recorde das acções e conseguiu superar a estimativas dos analistas nos mais recentes cinco trimestres.

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