Tomemos um caso. A Kodak sabia habitualmente muito bem onde estava no mercado: era o líder no filme fotográfico. Os mercados e concorrentes, clientes e produtos eram facilmente previsíveis. Durante décadas os filmes para máquinas apareciam em muitos formatos e tamanhos diferentes, mas todos sabiam que o filme Kodak era o melhor, melhor do que Fujifilme ou Agfa.
Quinze anos depois, a posição da Kodak é cada vez mais incerta. Em que mercado ela está, quem são os seus concorrentes, o que os clientes querem ou em que produto focar-se. A revolução digital desalojou o filme tradicional, e mercados anteriormente separados, equipamentos, “softwares” e revelação, imagem e impressão convergiram.
As câmaras digitais são fabricadas pela Sony ou pela Dell, as imagems são armazenadas no disco rígido, compartilhadas por email e se quisermos imagens impressas, então a revelação vem da Snapfish ou da Jessops e a impressão da HP ou da Epson, por exemplo. A kodak tentou responder em várias frentes. Câmaras Kodak, carteiras Kodak online, impressoras Kodak, quiosques de revelação Kodak. A empresa descreve-se como uma empresa de imagens, mas nem o seu foco nem o seu futuro estão claros (Fonte: “Marketing Genius”, Peter Fisk, 2006).
A convergência de mercado e tecnológica, a irrelevância das fronteiras físicas, as necessidades em mutação dos consumidores e retalhistas, além de concorrentes surgindo de mercados anteriormente não relacionados criaram complexidade em todos os sectores.
Hoje é difícil saber que tipo de empresa é a nossa, como distinguir um concorrente de um parceiro (embora eles possam ser as duas coisas ao mesmo tempo) e onde devemos apostar no futuro. Não só o mercado é diferente, como ele continua a mudar.
Os factores ou condutores da mudança são tecnológicos, mas também sociológicos e económicos. Em próximo artigo abordarei os condutores da mudança.
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