quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A aldeia global e a crise financeira

Quando assistimos aos noticiários televisivos nacionais podemos ver que os acontecimentos transmitidos das diversas partes do mundo nos dizem directamente respeito, qualquer que seja a distância física que nos separa deles. Mas se tivermos acesso, por satélite ou cabo, a estações de televisão de outros países, percebemos que as imagens e as notícias são praticamente as mesmas, com excepção dos acontecimentos nacionais, regionais ou locais. Mesmo assim, os acontecimentos nacionais de grande dimensão também surgem nas televisões de outros países. As imagens e os factos difundidos globalmente provêm de três ou quatro bancos mundiais de informação. As notícias da CNN são vistas diariamente por milhões de pessoas e muito especialmente pelos cidadãos globais – executivos, políticos, jornalistas, etc. – que viajam em companhias de aviação globais e ficam em hotéis pertencentes a cadeias globais. Estes mesmos indivíduos vestem roupas de marca global, usam relógios das mesmas marcas, frequentam restaurantes também de cadeias globais e pagam as suas despesas com cartões Visa, American Express ou Master Card.

Também o material de vídeo e áudio que temos em casa é produzido por algumas fábricas para todo o mundo. Os filmes e as canções são feitos por alguns estúdios e difundidos igualmente por todo o mundo.

Esta homogeneização e uniformização do consumo é suportada por sistemas de comunicação globais que uniformizam culturas, atitudes e valores e por consequência tornam homogéneos os gostos e as preferências dos cidadãos globais.

Em relação à crise financeira que, por sua vez, levou a uma crise económica em quase todos os países, a globalização fez acelerar essa crise financeira, uma vez que a maior parte dos grandes bancos dos EUA (onde começou a crise financeira) e da Europa têm participações em bancos em muitos países e a situação financeira desses bancos reflectiu-se nos sistemas financeiros desses mesmos países.

Podemos dizer que estamos perante uma “aldeia global” a que todos pertencemos, em consequência das redes digitalizadas e da informação global, mas em que nem todos participamos, devido às desigualdades existentes na distribuição da riqueza, da diferença cultural e religiosa e da desigualdade educacional. No entanto, todos sofremos as consequências da crise.

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