De facto, a inovação rompe com as convenções. Essa ruptura pode ser um desafio ou mesmo uma inversão no conhecimento recebido sobre o mercado, nas maneiras como as empresas lucram, nas supostas necessidades dos clientes e nos tipos de soluções que as satisfazem mais eficazmente. Surtos de ruptura podem tornar-se agentes de uma grande frustração no cliente, de complexidades ou mesmo de paradoxos. Existe a “inovação disruptiva” (descrita pelo professor em Harvard, Clay Christensen), em que uma marca líder até então respeitada e rentável é rapidamente ultrapassada e humilhada por uma nova marca que entra no mercado com baixo custo, oferecendo um produto inferior, claro. Os novos a entrar no mercado prestam mais atenção às prioridades dos clientes e descobrem caminhos para disponibilizar o produto a custos menores, em vez de se esforçar a fazer mais do que o necessário, como a marca já estabelecida (e na verdade a maioria das marcas líderes) é tentada a fazer.
Por exemplo, imagine o seu DVD, o telefone, a câmara fotográfica, o computador, esses equipamentos oferecem muito mais funções do que se precisa. O que aconteceria se retirássemos as funções supérfluas, reduzindo assim os custos de produção com um produto a um preço menor?
A inovação tecnológica por vezes acaba por prejudicar as empresas. O negócio pode sofrer uma perda de visão perante a corrida por soluções cada vez mais sofisticadas - o maior, o mais forte, o mais rápido – e assim perder o foco do que é mais importante para o cliente. A constante habilidade de fazer mais – processadores mais rápidos, componentes menores, mais capacidade de memória – apenas induz as empresas a adoptá-la na próxima geração do produto. Contudo, os clientes usam essa tecnologia até certo ponto. A maioria dos equipamentos electrónicos fazem muito mais do que nós jamais faríamos, a maioria dos “softwares” num computador permanece basicamente sem utilidade.
A “ruptura”, tal como Christensen a descreve, ocorre quando esse progresso tecnológico está adiantado demais em relação ao que os clientes precisam e usam. Este exagero gera a oportunidade para uma nova entrada no mercado oferecer algo que é mais barato, mais simples e “suficientemente bom” para um número significativo de clientes. Este fenómeno pode ser observado em tudo. Comercialmente falando não se trata de tecnologia mas de modelo de negócio. Empresas pequenas e ágeis podem chegar ao sucesso com modelos de negócio poucos atraentes a grandes empresas. No entanto, sabemos que, mesmo as grandes empresas actualmente entram nos vários segmentos de mercado, porque não são de desprezar os clientes que preferem equipamentos mais simples e baratos.
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